Data de Construção: 1867-1869
Arquitecto: Cinatti[2]
A data de início e conclusão
desta fonte varia consoante as fontes consultadas. No entanto foi possível
apurar que, na acta da sessão da mesa da Irmandade de Nossa Senhora dos
Remédios de 1 de Agosto de 1867, esta fonte foi encomendada ao artista Cinatti
pelo juiz da irmandade (Visconde de Valmor) e a sua construção orientada pelo
mestre Domingues da Costa Barreira. Sendo concluída em 1869, como indica a
inscrição na fachada desta mesma fonte.
O nome desta fonte remete-nos
para o universo mitológico pagão, introduzindo no santuário a polémica da
introdução deste tipo de elementos na estética barroca contra-reformista, indo
contra as posições assumidas naquele tempo, mas que acabou por ter êxito por
toda a Itália e fora dela, a ponto de ser aceite pelos próprios Papas. Este
facto causou alguma polémica nesta fonte, como iremos verificar mais à frente.
Esta fonte é uma construção
quadrangular, bem trabalhada no granito da região e com elementos decorativos
de singular beleza. Apresenta na sua fachada um arco-nicho vazado, seguindo o
esquema já anteriormente desenvolvido na fonte do Pelicano, que só se destaca desta, pois a sua função é a de sustentar
o escadório
Dentro do nicho, a água
escorre a partir de três vieiras para uma meia taça de granito, que por sua vez
a deixa cair num tanque em forma de semicírculo.
Na meia taça encontra-se um
tritão a tocar búzio, sentado num golfinho, ambos de mármore branco. Tendo sido projectado e executado em Lisboa por Cinatti.
Curiosamente, a escultura
mencionada de um Tritão que embeleza esta fonte foi dali retirada em 1955,
aquando da visita do Núncio D. Fernando Cento, entendeu-se que a figura
mitológica não se adequava àquele lugar e que a Capela de Jesus
Maria ficaria melhor acompanhada por um estátua, de mármore, do Sagrado
Coração de Jesus. A estátua foi, então, realojada na
Gruta do Fundo[3]. Porém, em 1986, a
Irmandade transferiu de novo o tritão para o lugar primitivo, colocando a
Imagem de mármore do Sagrado Coração no recinto das peregrinações situado nas
traseiras do Santuário. Então, O Tritão, que veio de Lisboa, para
inicialmente adornar a fonte, recuperou o seu lugar e ainda hoje é ele que lá
se encontra.
De notar que a imagem do sagrado
coração de Jesus, teve a sua bênção a 12 de Junho de 1955, neste local
Hoje, é conhecida como a Fonte da
Sereia, embora sereia, a fonte nunca tenha tido nenhuma. Mas o tritão montado no golfinho
advém que para o comum dos visitantes se assemelha a uma sereia
[1] Também
conhecido por “pátio de Jesus/Maria/José” ou “pátio da sereia”
[2] Giuseppe Luigi Cinatti (Siena, 1808 — Lisboa, 1879),
também conhecido na versão aportuguesada do seu nome como José Cinatti, foi um cenógrafo, decorador de interiores e pintor que se notabilizou pela sua contribuição na modernização
dos teatros portugueses(…)Desenvolveu também considerável actividade como
pintor de interiores e arquitecto .
[3] Gruta do fundo – Situa-se no
lado sul da fonte pura, um pouco mais a cima
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