Fonte 'O Lamego'

Localização: Junto ao jardim da república

Data de Construção: 1830

Arquitecto: Não foi possível apurar

A fonte ficou construída em direcção a quem saia da rua do campo (mais ou menos ao centro do actual jardim)

Foi inicialmente erguida em 1830, no antigo Campo do Tablado[1], e a sua água vinha de Alvorações, encanada, para este campo.

O nome ‘o Lamego’ vem desta mesma fonte, pois já neste local, esta obra possuía um estático guerreiro a guarda-la. Uma figura de capacete emplumado, com uma aldraba na mão direita e apoiando a mão esquerda num escudo com peças heráldicas do Município dando-lhe o nome de ‘Lamego’ e baptizando assim, a Fonte “o Lamego”

Cinco anos passados da construção desta obra (1835) já não havia água a brotar neste local. Segundo um jornal da época, a câmara não possuía fundos para pagar o encanamento novo nem outras despesas inerentes à obra, houve um vereador que se prontificou a doar quantia necessária, tendo, a Câmara aceitado. E ali permaneceu a fonte por cerca de um século.

Devido às obras de alargamento do jardim, a fonte foi apeada em 1923 e erguida no local actual em 1924. Porém, com os acrescentos laterais, arremates e acrescento de 3 taças (vindas do Convento das Chagas em 1927) no patamar inferior, só ficaria totalmente concluída em 1928.

O lamego, subiu então em altura mas ficou mais solitário e menos familiar.

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[1] Campo do Tablado - De execução visigótica, recebeu vários nomes ao longo da história: “Campo do Tavolado; Campo do Tablado; Campo das Freiras; Passeio Público; Campo da República”, sendo actualmente denominado de “Jardim da República”

Fonte da Sereia

Localização: Escadaria do Santuário da N. Sra. Dos Remédios, no pátio de Nossa Senhora de Lurdes[1]

Data de Construção: 1867-1869

Arquitecto: Cinatti[2]

A data de início e conclusão desta fonte varia consoante as fontes consultadas. No entanto foi possível apurar que, na acta da sessão da mesa da Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios de 1 de Agosto de 1867, esta fonte foi encomendada ao artista Cinatti pelo juiz da irmandade (Visconde de Valmor) e a sua construção orientada pelo mestre Domingues da Costa Barreira. Sendo concluída em 1869, como indica a inscrição na fachada desta mesma fonte.

O nome desta fonte remete-nos para o universo mitológico pagão, introduzindo no santuário a polémica da introdução deste tipo de elementos na estética barroca contra-reformista, indo contra as posições assumidas naquele tempo, mas que acabou por ter êxito por toda a Itália e fora dela, a ponto de ser aceite pelos próprios Papas. Este facto causou alguma polémica nesta fonte, como iremos verificar mais à frente.

Esta fonte é uma construção quadrangular, bem trabalhada no granito da região e com elementos decorativos de singular beleza. Apresenta na sua fachada um arco-nicho vazado, seguindo o esquema já anteriormente desenvolvido na fonte do Pelicano, que só se destaca desta, pois a sua função é a de sustentar o escadório

Dentro do nicho, a água escorre a partir de três vieiras para uma meia taça de granito, que por sua vez a deixa cair num tanque em forma de semicírculo.

Na meia taça encontra-se um tritão a tocar búzio, sentado num golfinho, ambos de mármore branco. Tendo sido projectado e executado em Lisboa por Cinatti.

Curiosamente, a escultura mencionada de um Tritão que embeleza esta fonte foi dali retirada em 1955, aquando da visita do Núncio D. Fernando Cento, entendeu-se que a figura mitológica não se adequava àquele lugar e que a Capela de Jesus Maria ficaria melhor acompanhada por um estátua, de mármore, do Sagrado Coração de Jesus. A estátua foi, então, realojada na Gruta do Fundo[3].  Porém, em 1986, a Irmandade transferiu de novo o tritão para o lugar primitivo, colocando a Imagem de mármore do Sagrado Coração no recinto das peregrinações situado nas traseiras do Santuário. Então, O Tritão, que veio de Lisboa, para inicialmente adornar a fonte, recuperou o seu lugar e ainda hoje é ele que lá se encontra.

De notar que a imagem do sagrado coração de Jesus, teve a sua bênção a 12 de Junho de 1955, neste local

Hoje, é conhecida como a Fonte da Sereia, embora sereia, a fonte nunca tenha tido nenhuma. Mas o tritão montado no golfinho advém que para o comum dos visitantes se assemelha a uma sereia

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[1] Também conhecido por “pátio de Jesus/Maria/José” ou “pátio da sereia”

[2] Giuseppe Luigi Cinatti  (Siena, 1808 — Lisboa, 1879), também conhecido na versão aportuguesada do seu nome como José Cinatti, foi um cenógrafo, decorador de interiores e pintor que se notabilizou pela sua contribuição na modernização dos teatros portugueses(…)Desenvolveu também considerável actividade como pintor de interiores e arquitecto .

[3] Gruta do fundo – Situa-se no lado sul da fonte pura, um pouco mais a cima